Caminhava cabisbaixo e ligeiro... parecia procurar algo.
- O que você procura menino?!
- Procuro uma razão pra não morrer, disse o cabisbaixo
menino.
- Mas... você caminha muito rápido! Difícil encontrar algo!
-Por que você caminha ligeiro menino inquieto?!
-Caminho ligeiro porque já não se sinto parte de nenhum
lugar. Carrego uma saudade profunda, mas não sei de que... parece que perdi
algo que não consigo encontrar...
Caminhava saudoso o cabisbaixo ligeiro menino.
- Ei, menino!! Procurar com a razão uma razão pra não
morrer, não parece muito razoável.
- A razão tornou-se uma ilusão, talvez, por isso não tenho
mais razão pra viver, disse o ligeiro menino.
-Ei, menino sem razão! Vai embora pra onde?!
-Sinto-me fruto de um erro, talvez, por isso passei minha
curta vida procurando acertar... eu, um erro! Disse o ligeiro, cabisbaixo,
saudoso menino que procurava uma razão pra não se matar.
O menino viu que as pessoas grandes que caminhavam a sua
frente se desviavam de algo que havia no chão. O menino parou de ser ligeiro...
viu que havia uma poça d`água no chão. Parou para olhar aquela poça d`água
tranquila e escura que parecia profunda... refletia um pedaço do seu rosto, um
pedaço do céu e um pedaço de um lampião apagado.
Abaixou-se e escreveu com a ponta do dedo seu nome – menino
– sobre a água que se transformou em pequenas confusas ondas que misturaram os
pedaços do lampião, do céu e do seu rosto...
- Agora, disse o menino, encontrei o que procurava!
Franklin
03 de fevereiro de 2013